DIVÃ PSICANALÍTICO (FREUD)

DIVÃ PSICANALÍTICO (FREUD)

PSICANÁLISE

PSICANÁLISE

É UM CAMPO CLÍNICO E DE INVESTIGAÇÃO TEÓRICA DESENVOLVIDO POR SIGMOND FREUD, UM MÉDICO INTERESSADO EM ACHAR UM TRATAMENTO EFETIVO PARA OS PACIENTES COM SINTOMAS NEURÓTICOS OU HISTÉRICOS.



PSICANALISTA


É O PROFISSIONAL QUE APLICA OS PRINCÍPIOS, OS POSTULADOS, AS TÉCNICAS E OS MÉTODOS DA PSICANÁLISE NO TRATAMENTO OU NA PREVENÇÃO DE DISTÚRBIOS PSÍQUICOS DE NATUREZA INCONSCIENTE, TAIS COMO:INADAPTAÇÕES, TIMIDEZ, IMPULSIVIDADE, SENTIMENTO DE CULPA, DESGOSTO, FOBIAS, OBSESSÕES, NEURASTENIAS, NEUROSES DE FRACASSOS, PERTUBAÇÕES SEXUAIS E SOMÁTICAS DE ORIGEM PSÍQUICAS.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

SUBCONSCIENTE, CONSCIENTE E SUPERCONSCIENTE?

SUBCONSCIENTE: arquivo de todas experiências vividas, nesta ou outras vidas e que quando é acionada, devolve todas as informações armazenadas.

CONSCIENTE: o momento presente, o real, o que vivo agora, tudo que vivo, mando para o arquivo e lá fica à minha disposição, bastando ser acessado.

SUPERCONSCIENTE: é o Eu Superior, é na minha mente a presença de Deus Em Mim. Quando tenho contato com esta minha parte da mente, sou verdadeiramente feliz. Estou em harmonia com o universo. Poucas vezes consigo acessar o Superconsciente, pois fico sempre na falta de paz e harmonia, entre o Subconsciente e Consciente. Quando mantenho meu Consciente em tranqüilidade e aceitação de mim mesmo, abro a porta do Superconsciente. Assim, melhorar o nível dos pensamentos, em relação a vida e com as pessoas, aprender a ser livre, a ser independente e feliz
!

terça-feira, 27 de abril de 2010

HISTÓRIA DA PSICANÁLISE

Dejanira Roberta Moraes Borges
Bacharel em Administração e Contabilidade
Especialização em Hipnose, Mediação de Conflitos e Ouvidoria
Pós-Graduada em Gestão Ambiental e Metodologia do Ensino Superior
Formação em Psicanálise

A Psicanálise é a ciência do inconsciente que foi fundada por Sigmund Freud, médico neurologista vienense nascido em 1856. A psicanálise é um método psicoterápico baseado nesta investigação e especificado pela interpretação controlada da resistência, da transferência e do desejo. O emprego da psicanálise como sinônimo de tratamento psicanalítico está ligado ao sentido de começar uma análise. Um método de investigação, que consiste essencialmente em evidenciar o significado inconsciente das palavras, das ações, das produções imaginárias (sonhos, fantasias, delírios) de um sujeito. Este método baseia-se principalmente nas associações livres do sujeito, que são a garantia da validade da interpretação.

A Psicoterapia é o tratamento, por meio psicológicos, de problemas de natureza emocional, no qual uma pessoa treinada deliberadamente estabelece um relacionamento profissional com o paciente, com o objetivo de remover, modificar ou retardar sintomas existentes, interferir em padrões perturbados de comportamento, promover o desenvolvimento e crescimento positivo da personalidade.

A Psicoterapia Breve é um tratamento de natureza psicológica, de inspiração psicanalítica, cuja duração é limitada, buscam obter uma melhora da qualidade de vida em curto prazo, escolhendo um determinado problema mais premente e focando os esforços na sua resolução. A psicanálise utiliza o método da livre associação. Entre os conceitos já aceitos, está o de um “estado natural de consciência, diferente do estado de vigília”, ou seja, um estado mental semelhante ao sono, provocado artificialmente, e no qual o indivíduo seja capaz de obedecer às sugestões feitas semelhante, a hipnose que é mais uma ferramenta que pode ser utilizada em uma terapia.

Freud estudando a hipnose relata que a mesma não era suficiente e que se a pessoa podia ter uma ab-reação, esta poderia ser provocada em estado consciente, o que seria muito melhor. As catarses mais profundas não se movimentam sob hipnose, mas podem se movimentar sob livre associação, dizia ele. Assim Freud criou a psicanálise e sepultou a hipnose, como método psicoterápico ou via de administração. Seguramente esse entusiasmo inicial de Freud pela Hipnose, que buscava conhecimentos de Neurologia, foi o marco inicial, para a criação da Psicanálise.

Assim, os primórdios da psicanálise datam de 1882 quando Freud, médico recém formado, trabalhou na clínica psiquiátrica de Theodor Meynert, e mais tarde, em 1885, com o médico frânces Charcot, no Hospital Salpêtrière (Paris, França).
Também considerado marco inicial da psicanálise, Freud junto com Josef Breuer, médico e fisiologista austríaco, utilizou as experiências da paciente Breuer, na conclusão de que os sintomas neuróticos resultam de processos inconscientes e desaparecem quando esses processos se tornam conscientes. O que denominou esse processo Catarse. Quando Freud começou a usar o método de Breuer, ambos discutiam e analizavam os casos dos pacientes de Freud, e as técnicas e os resultados do tratamento. Assim, em 1893 ambos publicaram em conjunto um artigo sobre o método desenvolvido, e dois anos depois fizeram o livro que marcou o início da teoria psicanalítica, Studien über Hysterie ("Estudos sobre a histeria").
Sigmund Freud, um médico interessado em achar um tratamento efetivo para pacientes com sintomas neuróticos ou histéricos. E, ao escutar seus pacientes, Freud acreditava que seus problemas se originaram da inaceitação cultural, ou seja, seus desejos eram reprimidos, relegados ao inconscientes. Notou também que muitos desses desejos se tratavam de fantasias de natureza sexual.

Dentro da análise de Freud, sobre a inaceitação cultural dos pacientes, a Drª Sylvia Dantas DeBiaggi, enfatiza em seu artigo sobre a Psicologia Intercultural e faz algumas ressalvas sobre a psicanálise, em um mundo onde cada vez mais as fronteiras culturais são cruzadas com grande rapidez e facilidade em função dos modernos meios de locomoção e de comunicação. E esse deslocamento promove o contato intercultural que tem repercussões concretas para as pessoas envolvidas uma vez que nesses encontros e desencontros culturais o que antes era considerado natural, fazia parte do dia-a-dia, é colocado em xeque, levando a complexos processos de negociação relativos a valores, relações familiares, identidade pessoal e grupal, concepções de feminilidade, masculinidade, educação dos filhos, relações intergeracionais, hábitos alimentares e de higiene, enfim toda a realidade da própria existência humana. E que para ter uma compreensão ampla, profunda e digna desse fenômeno e suas decorrências, precisa-se ampliar a visão de sujeito embasada em uma perspectiva de universo cultural específico. Daí a sua proposta de um diálogo entre a abordagem psicanalítica com a psicologia intercultural e a psicoterapia intercultural.
Assim, DeBiaggi busca apresentar o estudo da interculturalidade dentro do estudo das categorias tanto da psicologia geral como da psicologia social, tais como identidade, percepção, cognição, personalidade, comportamento social, gênero, relação interpessoal, preconceito, havendo uma ênfase nos processos individuais, e considera que o comportamento humano desenvolve-se e se expressa em contextos culturais. Portanto, na perspectiva intercultural é imperativo basear os estudos em seus contextos culturais. E que para tanto é necessário compreender etnograficamente as culturas em contato, para entender-se as pessoas. Sendo que para entender o outro é necessário que tenhamos claro quem somos para que não incorramos em reducionismos ou distorções baseados em nosso universo cultural. Percebe-se que diversas dissidências da matriz freudiana foram sendo verificado ao longo do século XX, tendo a psicanálise encontrado seu apogeu nos anos 50 e 60. E as principais dissensões que passou o criador da psicanálise foram C. G. Jung e Alfred Adler, que participavam da expansão da psicanálise no começo do século XX. C. G. Jung, inclusive, foi o primeiro presidente do Instituto Internacional de Psicanálise (IPA), antes de sua renúncia ao cargo e a seguidor das idéias de Freud. Outras dissidências importantes foram Otto Rank, Erich Fromm. No entanto, a partir da teoria psicanalítica de Freud, fundou-se uma tradição de pesquisas envolvendo a psicoterapia, o inconsciente e o desenvolvimento da práxis clínica, com uma abordagem puramente psicológica.

Todavia, para muitos estudiosos o século XX foi uma época de angústia mas, foi também a idade de liberação de numerosos preconceitos que contaram com a contribuição da psicanálise, não somente por sua prática, como também pela influência exercida por seu pensamento, em diferentes campos da cultura.
A psicanálise abriu novos caminhos para as artes, e as ciências, a crítica literária, a filosofia, a história, a sociologia, como Freud havia previsto. Entretanto, apesar de sua força e vitalidade nitidamente afirmada em cem anos de experiência, é próprio da natureza da psicanálise e da ação do inconsciente suscitar constantes resistências.

As instituições psicanalíticas que foram criadas para preservar a herança freudiana e promover a pesquisa analítica geraram com freqüência formas de rigidez, contrárias aos objetivos de que se pretendiam.
Com isso os desenvolvimentos como a psicoterapia humanista/existencial, psicoterapia reichiana, a psicoterapia hipnotica e a psicoterapia psicanalítica dentre diversas e tantas terapias existentes, foram, sem dúvida, influenciadas pela tradição psicanalítica, embora tenham conferido uma visão particular para os conteúdos da psicologia clínica. Através do método de interpretar os pacientes e buscar a cura de enfermidades físicas e mentais através de um diálogo sistemático/metodológico com os pacientes foi uma inovação trazida por Freud.
Que até então, os avanços na área da psicoterapia eram obsoletas e tinham um apelo pela sugestão ou pela terapia com banhos, sangrias e outros métodos antigos no combate às doenças mentais. Sua contribuição para a Medicina, Psicologia, e outras áreas do conhecimento humano (arte, literatura, sociologia, antropologia, entre outras) é inegável, e o verdadeiro choque moral provocado pelas idéias de Freud serviu para que a humanidade rompesse, ou pelo menos repensasse muito de seus tabus e preconceitos até mesmo na compreensão da sexualidade, e atingisse um maior grau de refinamento e profundidade na busca das verdades psíquicas do ser humano.

Assim, na atualidade a Psicanálise já não se limita à prática e tem uma amplitude maior de pesquisa, centrada em outros temas e cenários, desenvolvendo-se como uma ciência psique autônoma. Para muitos estudiosos, hoje fica muito difícil afirmar se a Psicanálise é uma disciplina da Psicologia ou uma ciência própria.
Após Freud, muitos outros psicanalistas contribuiram para o desenvolvimento e importância da psicanálise. Entre alguns, podemos citar Melanie Klein, Winnicott, Bion e André Green. No entanto, a principal virada no seio da psicanálise, que conciliou ao mesmo tempo a inovação e a proposta de um "retorno a Freud" veio com o psicanalista francês Jacques Lacan. A partir daí outros importantes autores surgiram e convivem em nosso tempo, como Françoise Dolto, Serge André, J-D Nasio e Jacques-Alain Miller

A busca da história recente na pesquisa de resultados em psicoterapia psicanalítica é fundamental para futuros estudos. Por isso, a seguir são revistas as especificidades da psicanálise propostas por vários autores, começando por Freud e indo até Bion. Como o estudo da psicoterapia psicanalítica, o termo “psicoterapia” que designa terapia sistemática, de fundamentação psicanalítica, dirigida para o insight, usualmente denominada como psicoterapia psicanalítica, mas que também costuma aparecer com os nomes de psicoterapia expressiva, psicoterapia compreensiva, psicoterapia dinâmica, psicoterapia de orientação psicanalítica e psicoterapia dirigida ao insight.
Diversos pesquisadores avaliaram os resultados, da psicoterapia de orientação analítica individual ambulatorial, de longa duração, em pacientes adultos publicados no período de 1990 a janeiro de 2006. Todavia também foram analisadas pesquisas que avaliaram simultaneamente tratamentos de curta e longa duração. Estudos que avaliaram predominantemente pacientes psicóticos, dependentes químicos ativos ou nos estudos que comparam a psicoterapia com a psicanálise, são apresentados dois resultados: um mostrando a inexistência de diferenças consistentes entre os resultados dos tratamentos, comprovando que, quando bem indicadas, a psicanálise e psicoterapia psicanalítica trazem grande benefício terapêutico. E, o outro demonstrando a superioridade dos ganhos com a psicanálise. E em dois desses estudos, que foram analisados pelos autores de um artigo avaliado Simone Isabel Jung, Ana Paula Fillippon, Maria Lúcia Tiellet, e Cláudio Eizirik, entendem que essa superioridade é limitada pela questão da duração e intensidade do tratamento.
Percebe-se que nas pesquisas analisadas, existem evidências de bons resultados da psicoterapia de orientação analítica nas patologias específicas estudadas, como: transtornos ansiosos, transtornos depressivos e transtornos de personalidade. Nas investigações em que a amostra apresentava diagnósticos variados, como a encontrada em seus consultórios; a psicoterapia psicanalítica demonstrou evidências de melhora significativa no funcionamento global, nas relações interpessoais, na qualidade de vida e no bem estar dos pacientes tratados com esse método.

Pode-se pensar, também, que os tratamentos de longa duração tendem a apresentar melhores resultados e que há uma relação positiva com o terapeuta, e é associada com bons resultados. Sendo que existe uma tendência à mobilidade social nos pacientes tratados, e que a psicoterapia pode reduzir o uso de serviços de saúde e faltas ao trabalho.
Percebe-se que a tese da pesquisa em si era objetar se os tratamentos psicanalíticos (psicanálise e psicoterapia dinâmica), de longa duração e intensivos, de pacientes ambulatoriais teriam melhores resultados, comparados com os tratamentos de pacientes internos.
Para chegar a esta dimensão os instrumentos utilizados para a pesquisa foram: o Código Internacional de Doenças - PSKB (respostas mentais e sociocomunicativas) para avaliação da mudança global do paciente, FAPK (questionário para investigação dos aspectos psicossomáticos das perturbações do paciente) e escalas aplicadas pelos terapeutas para avaliação do prognóstico.

Assim, tanto o grupo de pacientes internados como os tratados em ambulatório mostraram melhora significativa nas escalas de sintomas psíquicos e corporais, traços narcísicos, relacionamentos interpessoais e teste de realidade, sendo que todas ficaram mais evidenciadas no grupo tratado em ambulatório. Sendo que uma mudança pronunciada nos sintomas foi encontrada em 83% dos pacientes ambulatoriais, em comparação com 50% dos pacientes internados.

Portanto, pacientes e terapeutas do grupo de tratamento ambulatorial classificaram o sucesso da terapia como maior em relação ao grupo tratado na internação, especialmente no que se refere à melhora nos sintomas corporais, na ansiedade, no teste de realidade e na capacidade de relacionamento interpessoal, pois, 96% dos pacientes ambulatoriais tiveram tratamentos de sucesso, comparados a 64% dos internados. Na seqüência, os pacientes de ambulatório que receberam tratamento psicanalítico de longa duração foram os que apresentaram os melhores resultados, bem como os melhores índices prognósticos, em comparação a todos os outros grupos, incluindo os não-tratados.

A psicanálise por sua vez pode ser descrita como um procedimento especializado da psicoterapia. E de posse da história em pesquisa, pode-se compreender por que e como chegarão até este momento nas investigações psicanalíticas.

O resgate histórico é relevante, pois no próprio círculo psicanalítico, no Brasil e no cenário internacional, existem controvérsias sobre possibilidades e limitações da pesquisa em psicanálise e psicoterapia psicanalítica. A discussão entre Wallerstein e Green é uma das mais polêmicas e representativas do que se tem pensado quanto à pesquisa psicanalítica. O psicanalista Wallerstein, em seus estudos afirma que é possível produzir pesquisa empírica em psicanálise, isto é, aponta para a possibilidade da utilização dos métodos das demais ciências na pesquisa psicanalítica. Já o psicanalista Green, assinala que a pesquisa empírica em psicanálise é uma ilusão, visto que, pelo seu modo de pensar a psicanálise, não há compatibilidade entre ela e todas as exigências do método científico.

O mundo globalizado nos traz benefícios indiscutíveis, como a democratização do conhecimento e a possibilidade de trocar idéias com pesquisadores de todo o mundo em nosso próprio consultório. No entanto, traz com ele uma política voltada para a uniformidade, através da qual as peculiaridades locais, a cultura e a tradição ficam menos valorizadas, podendo até desaparecer. Nesse contexto, está inserida a pesquisa em psicoterapia psicanalítica. Para Leuzinger- Bohleber & Bürgin, um similar perigo pode existir na tentativa de unificar a comunidade de pesquisa psicanalítica.
Wallerstein ainda aponta uma tendência atual em transcender o pluralismo teórico compartimentado da psicanálise que poderia estender para a psicoterapia psicanalítica e para as diversas metodologias de pesquisa, em direção à convergência e pontos em comum.

Por outro lado, Bernardi, entende que não se pode pretender o tipo de consenso a que chegam as disciplinas científicas através de sua metodologia replicável, mas, sim, a um consenso como dos artistas, que podem chegar a um acordo de que algo é uma obra de arte, ainda que cada um deles a realizassem de modo diferente.

A psicologia junguiana também merece destaque: o processo de individuação. Conforme Nise da Silveira (2006) todo ser tende a realizar o que existe nele, em germe, a crescer, a completar-se. Assim é para a semente do vegetal e para o embrião do animal. Assim é para o homem, embora o desenvolvimento de suas potencialidades seja impulsionado por forças instintivas inconscientes, isso adquire um caráter peculiar: o homem é capaz de tomar consciência desse desenvolvimento e de influenciá-lo. Precisamente no confronto do inconsciente com o consciente, no conflito como na colaboração entre ambos é que os diversos componentes da personalidade amadurecem e unem-se numa síntese, na realização de um indivíduo específico e inteiro. Essa confrontação "é o velho jogo do martelo e da bigorna: entre os dois, o homem, como o ferro, é forjado num todo indestrutível, num indivíduo. Isso, em termos toscos, é o que eu entendo por processo de individuação" (Jung).

O processo de individuação não consiste num desenvolvimento linear. É um movimento de circunvolução que conduz a um novo centro psíquico. Que denominou esse centro de Self (si mesmo). Quando consciente e inconsciente vêm ordenar-se em torno do Self, a personalidade completa-se. O Self será o centro da personalidade total, como o ego é o centro do campo do consciente. O conceito junguiano de individuação tem sido muitas vezes deturpado. Entretanto é claro e simples na sua essência: tendência instintiva a realizar plenamente potencialidades inatas. Mas, de fato, a psique humana é tão complexa, são de tal modo intricados os componentes em jogo, tão variáveis as intervenções do ego consciente, tantas as vicissitudes que podem ocorrer, que o processo de totalização da personalidade não poderia jamais ser um caminho reto e curto de chão bem batido. Ao contrário, será um percurso longo e difícil.

Na qualidade de cientista altamente desapegado e desconfiado do favorecimento que se dá a certas verdades, para ele materialismo e ciência não eram sinônimos. O materialismo não passa o culto a um deus exteriormente concreto por meio da razão, um tipo de fé nos princípios limitadores das leis físicas. "A razão nos impõe limites muito estreitos e apenas nos convida a viver o conhecido". Para sermos realmente justos, convém recebermos igualmente os aspectos racionais e irracionais da vida. Perto do fim da vida Jung também sugeriu que as camadas mais profundas do inconsciente independem das leis de espaço, tempo e causalidade, dando lugar aos fenômenos paranormais como a clarividência e a precognição. A estas correspondências entre acontecimentos interiores e exteriores, por meio de um significado comum, ele deu o nome de sincronicidade. Muitos fatos ocorridos enquanto tratava seus clientes o fizeram crer que os acontecimentos se dispunham "de tal modo, como se fossem o sonho de uma 'consciência maior e mais abrangente, por nós desconhecida'" (Obras Completas Vol. VIII, p. 450).

Jung divergia da ênfase da psicanálise nos fatores eróticos que era um ponto de vista unilateral, uma visão reducionista da motivação humana e do seu comportamento. Ele propôs que a motivação do homem fosse entendida em termos de uma energia de vida criativa geral, com a “libido” capaz de ser investida em direções diferentes, assumindo grande variedade de formas. A libido corresponderia ao conceito de energia adotado na Física, a qual pode ser interpretada em termos de calor, eletricidade, motricidade, etc. As duas direções principais da libido são conhecidas como extroversão (projetada no mundo exterior, nas outras pessoas e objetos) e introversão (dirigida para dentro do reino das imagens, das ideias, e do inconsciente). As pessoas em quem a primeira tendência direcional predomina são chamadas extrovertidas, e introvertidas aquelas em quem a segunda direção é mais forte.

A sua necessidade em criar uma tipologia psíquica decorreu da questão que nasceu em seu interior acerca de sua divergência com Freud e até com outros profissionais. Ele poderia, assim, ter perguntado: "Por que divirjo de Freud?". A resposta tomou forma na análise que fez das teorias psicológicas de seu mestre e de Adler, também um ex-discípulo de Freud. Para este as neuroses derivavam de problemas com os instintos, para o outro do próprio ego, no seu sentimento de superioridade ou inferioridade. Um, portanto, extrovertido, e o outro introvertido. Jung também propôs que se poderia agrupar as pessoas de acordo com o seu maior desenvolvimento em uma das quatro funções psicológicas: pensamento, sentimento, sensação, ou intuição. Transformações de libido de uma esfera de expressão para outra, por exemplo, de sexualidade para religião, são realizadas por símbolos que são gerados durante a mudança de personalidade.

Freud não foi o primeiro a propor que parte da vida psíquica se desenvolve inconscientemente. Ele foi, no entanto, o primeiro a pesquisar profundamente esse território. Assim, Freud desenvolveu em (1923) um modelo estrutural da personalidade, em que o aparelho psíquico se organiza em três estruturas, denominadas:

Id (al. es, "ele, isso"): O id é a fonte da energia psíquica (libido). O id é formado pelas pulsões - instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes. Ele funciona segundo o princípio do prazer (al. Lustprinzip), ou seja busca sempre o que produz prazer e evita o que é aversivo, e somente segundo ele. Não faz planos, não espera, busca uma solução imediata para as tensões, não aceita frustrações e não conhece inibição. Ele não tem contato com a realidade e uma satisfação na fantasia pode ter o mesmo efeito de uma atingida través de uma ação. O id desconhece juízo, lógica, valores, ética ou moral, sendo exigente, impulsivo, cego irracional, anti-social, egoísta e dirigido ao prazer. O id é completamente inconsciente.

Ego (al. ich, "eu"): O ego desenvolve-se a partir do id com o objetivo de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é o chamado princípio da realidade. É esse princípio que introduz a razão, o planejamento e a espera ao comportamento humano: a satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas. A principal função do ego é buscar uma harmonização inicialmente entre os desejos do id e a realidade e, posteriormente, entre esses e as exigências do superego.

Superego (al. Überich, "super-eu"): É a parte moral da mente humana e representa os valores da sociedade. O superego tem três objetivos: (1) inibir (através de punição ou sentimento de culpa) qualquer impulso contrário às regras e ideais por ele ditados (2) forçar o ego a se comportar de maneira moral (mesmo que irracional) e (3) conduzir o indivíduo à perfeição, em gestos, pensamentos e palavras. O superego forma-se após o ego, durante o esforço da criança de introjetar os valores recebidos dos pais e da sociedade a fim de receber amor e afeição. Ele pode funcionar de uma maneira bastante primitiva, punindo o indivíduo não apenas por ações praticadas, mas também por pensamentos; outra característica sua é o pensamento dualista (tudo ou nada; certo ou errado, sem meio-termo). O superego divide-se em dois subsistemas: o ego ideal, que dita o bem ser procurado, e consciência (al. Gewissen), que determina o mal a ser evitado.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tem se notado que ocorre um reposicionamento em todos os campos do conhecimento, produto de mudanças fundamentais em nossa realidade cotidiana.
Assim, conflitos pessoais, interpessoais, conjugais, familiares, profissionais, mudanças de fases de vida, dificuldade do autogerenciamento e da capacidade de conduzir a própria vida, bem como, a ansiedade, depressão, pânico, fobias, problemas sexuais, distúrbios alimentares, crises de relacionamentos, distúrbios psicossomáticos. Juntamente com o transtorno de estresse pós-traumático, não pode ser estudado, analisado tão somente na coletividade cultural ou social, pois cada caso é um caso, e analisado na individuação. Pois, que os testes praticados por Freud ou qualquer um dos importantes médicos psiquiatras, psicólogos e psicanalistas, do passado são correntes de estudos que podem ressaltar, na cura de um paciente, o que não faria efeito para outro.

Na visão winnicottiana, cada ser humano traz um potencial inato para amadurecer, para se integrar, porém, o fato dessa tendência ser inata não garante que ela realmente vá ocorrer, e daí surgem vários estados mentais divergentes, do que seja considerado natural para muitos.

Percebe-se que Freud não foi o primeiro a propor que parte da vida psíquica se desenvolve inconscientemente. Ele foi, no entanto, o primeiro a pesquisar profundamente esse território. Segundo ele, os desejos e pensamentos humanos produzem muitas vezes conteúdos que causariam medo ao indivíduo, se não fossem armazenados no inconsciente. Este tem assim uma função importantíssima de estabilização da vida consciente. Sua investigação levou-o a propor que o inconsciente é alógico (e por isso aberto a contradições); atemporal e aespacial (ou seja, conteúdos pertencentes a épocas ou espaços diferentes podem estar próximas).

Os sonhos são vistos como expressão simbólica dos conteúdos inconscientes.
Assim, através da pesquisa do conceito de inconsciente torna-se clara a compreensão da motivação na psicanálise, onde muitos desejos, sentimentos e motivos são inconscientes, por serem muitos dolorosos para se tornarem conscientes. E que no entanto esse conteúdo inconsciente influencia a experiência consciente da pessoa, por exemplo, através de atos falhos, comportamentos aparentemente irracionais, emoções inexplicáveis, medo, depressão, sentimento de culpa, os sentimentos, sonhos, desejos e motivos inconscientes influenciam e guiam o comportamento consciente.


Referências/Links:

Silveira, Nice da. Jung: Vida e Obra, 16ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra S.A, 1997
Http://WWW.estadosgerais.org./resenha
fundamentosfreud.vilabol.uol.com.br
pt.wikipedia.org/wiki/Psicanálise
www.febrapsi.org.br

sexta-feira, 23 de abril de 2010

PSICOSSOMA

A palavra psicossoma, ainda pouco usada em português, define o conjunto de processos vivos de qualquer organismo: inclui tanto fenômenos psicológicos quanto os fenômenos fisiólogicos. Tendo em vista que a mente humana é incrivelmente confusa, e a repercussão de contato com o meio-ambiente pode provocar tanto disturbios mentais que se manifestam como doenças do organismo físico, quanto como os que se manifestão como doenças mentais.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

PSICOLOGIA E PSICANÁLISE

  • PSIQUE: ALMA, MENTE.
  • LÓGOS: PALAVRA, RAZÃO OU ESTUDO.
  • ANÁLISE: EXAME MINUCIOSO DE UMA COISA EM CADA UMA DE SUAS PARTES.
CIÊNCIAS QUE ESTUDAM O COMPORTAMENTO E OS PROCESSOS MENTAIS. OU SEJA ESTUDO DA PERSONALIDADE OU DEPRESSÃO TEM SIGNIFICADOS DIFERENTES NA LINGUAGEM QUOTIDIANA.
  • PERSONALIDADE: É O CONJUNTO DE CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS QUE DETERMINAM A INDIVIDUALIDADE PESSOAL E SOCIAL DE ALGUÉM.

  • DEPRESSÃO: ATO OU EFEITO DE DEPRIMIR, TRISTEZA, ABAIXAMENTO DE NÍVEL, ESTADO MENTAL MÓRBIDO CARACTERIZADO POR ABATIMENTO, FADIGA, ANSIEDADE, AGONIA, MELANCOLIA, FALTA DE VONTADE, PERDA DE PESO, ABRANDAMENTO DE DEPRESSÃO; ZONA MAIS BAIXA DO QUE O QUE ESTÁ A SUA VOLTA.

FREUD E JUNG DESCOBRIRAM QUE AS NOSSAS PIORES DORES, NOSSOS MAIS PROFUNDOS TEMORES E NOSSOS MAIS COMOVENTES TRAUMAS, ESTÃO PROFUNDAMENTE SEPULTADOS EM NOSSO ÍNTIMO. COMUMENTE NÃO NOS LEMBRAMOS, QUER DE EVENTOS QUE LHES DERAM CAUSA, QUER DAS CONSEQUÊNCIAS IMEDIATAS DE TAIS ACONTECIMENTOS.

SOMENTE AS CICATRIZES SÃO OBSERVÁVEIS, NA FORMA DE PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS. MAS, OS ACONTECIMENTOS NÃO DESAPARECEM DA MEMÓRIA, ENCONTRAM-SE GRAVADOS NO INCONSCIENTE.
"AS FANTASIAS QUE UMA PESSOA DESENVOLVE A SEU RESPEITO PODEM REVELAR MUITO DE SI, DE SUAS OBSESSÕES, TEMORES E AUTO IMAGEM"

PSICOTERAPIA

PSICOTERAPIA


SÃO FORMAS DE INTERVENÇÕES CLÍNICOS-PSICOLÓGICAS, COM MEIOS PARA ATINGIR UM FIM ESPECÍFICO (A CURA OU A REDUÇÃO DO SOFRIMENTO DO PACIENTE, GERALMENTE CAUSADO POR UM TRANSTORNO MENTAL).

TERAPEUTA

SEGUNDO GIKOVATE É BOM LEMBRAR QUE UM BOM TERAPEUTA É PESSOA SÉRIA E ESTUDIOSA, PREOCUPADO EM EXPANDIR SUA FORMAÇÃO INTELECTUAL, SUA BASE TEÓRICA. E TERÁ QUE SER PORTADOR DE UM CÉREBRO “POROSO”, O QUE SIGNIFICA UMA CAPACIDADE PERMANENTE DE RECICLAGEM DE ESTAR SEMPRE DISPOSTO A MUDAR DE IDÉIA SE NOVOS FATOS - OU MESMO NOVAS IDÉIAS - PARECEREM INTERESSANTES E EFICIENTES. NÃO DEVE SER UM MESTRE E SIM UM APRENDIZ. DEVE COLOCAR-SE DIANTE DE CADA PACIENTE COMO SE PUDESSEM ESQUECER TUDO O QUE SABE DE PSICANÁLISE/PSICOLOGIA E ESTIVESSE ALI PARA APRENDER. É O OPOSTO DO QUE FAZEM QUASE TODOS, OU SEJA, TRATAR DE RAPIDAMENTE ENQUADRAR O PACIENTE EM UM DOS SEUS RÓTULOS E COMPARTIMENTOS. O BOM TERAPEUTA É BOM OUVINTE E ESTÁ PERMANENTEMENTE APRENDENDO COM TODOS AQUELES COM QUEM CONVERSA. ESSA É A RAZÃO PELA QUAL A PROFISSÃO PODE SER FASCINANTE POR LONGO PRAZO.

ÉS LOU COM QUÊ?

ÉS LOU COM QUÊ?


AH! VOCÊ É...

LOUCO!!!

POR QUÊ?

POR ACREDITAR ENQUANTO MUITOS JÁ DESISTIRAM.

POR RECOMEÇAR, JÁ QUE OUTROS NÃO SE QUER TENTAR.

POR SONHAR (MESMO ACORDADO), ENQUANTO ALGUNS SE

SUICIDARAM.

POR QUERER MESMO ANTE A SITUAÇÃO CONTRÁRIA.

POR CONTINUAR QUERENDO E FAZENDO SINÔNIMO DE CRER,

TER VONTADE, TER DISPONIBILIDADE,

PRESENÇA, VIRILIDADE,

MAS, NÃO NO PEJORATIVO.

MAS, SENDO INTUITIVO LOGRAR ALGO ALUSIVO EM EXCESSO,

PARA MUITOS, O SUCESSO.

Autor: RONy

04/11/2010